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quinta-feira, 31 de março de 2011

Primeiro Livro - Ilynx Capítulo 1(Última parte) e Estilhaços



 Para você que se identificou com Ilynx, criei um novo espaço, privativo, para você acompanhar o livro: 
http://livro-ilynx.blogspot.com/. Visite e veja parte por parte, todos os capítulos. Aguardo nossos leitores por lá...



Ilynx - Capítulo 1 - Paisagem além da tarde
Última Parte: Uma despedida indesejada


Acordei com o barulho de um livro caindo no chão. Era mais uma daquelas tardes modorrentas. Estava cansado, após um dia atarefado. Eu tinha uma empresa de som. Realizava eventos de terceiros e atuava de vez em quando como promoter. Havia acordado cedo naquele dia luminoso. Lembro de já ter dispensado os funcionários, após guardar e revisar todo equipamento. E aproveitava a tarde para ler e cochilei.
A queda do livro despertou apenas alguns sentidos de imediato. "Um cafezinho quente agora faria bem!" - pensei comigo.

            Lembro-me que havia sonhado. Algumas imagens remanescentes pairavam na mente. E como sempre faço, não abri os olhos de imediato. Tentei me lembrar do sonho.

-Camarada, você continua nessa letargia! Sinto que estamos nos afastando de novo. Você vai me abandonar!... - era Ilynx.  Agora já reconhecia sua voz. Continuou: Eu sei que vai! Mas quero deixar umas coisas bem claras entre nós...

            Eu sentia um certo torpor. Como se todo o corpo pesasse feito em chumbo. A voz do garoto oscilava, indo e vindo. Como uma canção. Uma doce melodia que eu queria manter ali comigo ali naquele momento. Mas que estava se tornando cada vez mais distante... -ele continuava:

-Quando você era pequeno me levou ao circo várias vezes e me convidava sempre para brincar com os amigos lá na mangueira. Pra jogar bola, pra roubar jaboticabas na chácara da D. Matilde. Lembra que a gente brincava de soldado? E as 'guerras' com a turma do Bairro de Lourdes, então?... - as imagens passavam como num filme. As brincadeiras da infância, os amigos...

            Fiquei por ali ouvindo a explanação de Ilynx. E as cenas se misturavam na mente. Os momentos dos folguedos infantis iam se fundindo com as imagens posteriores da juventude. Depois com as da fase adulta e fui percebendo uma discrepância entre elas. Um calafrio percorreu minha espinha...

-Ilynx, não se vá! Agora sou eu que tenho de te contar uma coisa! - a melodia já ia desaparecendo. Outro dia eu assisti um filme legal. Lembra-se quando íamos ao cinema Brasil, lá na Praça 28 de Setembro? Pois é não foi lá qu vi o filme. Mas gostei e descobri umas coisas que queria discutir com você. Trocar umas figurinhas, volte aqui!...

          Ouvi ao longe como se fosse uma despedida: 
-Não adianta, Pê. Você não sabe mais jogar bafo, nem pique de esconde-esconde. Você já era! Mas eu volto ainda, não desisto de você. Sua hora ainda não soou. Tenho de ir já são seis da tarde, se esqueceu?!... 

-Mas, ainda faltam alguns minutos... - tentei insistir.
-Eu volto! Algum dia. E se não for possível... - a voz definhava - eu deixo uns sinais. Fique atento aos sinais.... sinais...
-Olha, Ilynx, o nome do filme é 'Matrix'! E vi mesmo uns sinais!...
                     -----------------------------------------------------
             Estava relendo “Maktub” do Paulo Coelho quando pegara no sono, recostado numa cadeira de espaldar alto. E não só o ruído da queda do livro me acordara. O cheiro de café fresquinho vindo da cozinha invadia toda a casa. Ajudou-me a despertar. O programa da placa de som do computador estava no modo “repeat CD”. Não sei quanto tempo dormi. Estou ouvindo agora “The show must go on” do Queen. Voltara a chover, como acontecia naquelas tardes de Abril. E era quase noite. Percebi que havia começado a escrever qualquer coisa no editor de texto à minha frente antes de pegar no sono e não sei mais o quê e para que era. Só tem uma frase iniciando um diálogo:

 “-Você não tem sido nada gentil...”

         Deleto o texto. Não tem tanta importância...
A cabeça dói um pouco. Tomo um café para livrar-me desse entorpecimento e saio para tomar um pouco de ar na varanda, lá na frente da casa. 
Reparo que foram plantados dois arbustos, em frente, do outro lado da rua, bem na beira do lago.
São bonitos! Quem teria plantado?...
         A noite despenca na paisagem bem mais depressa... 

(Vem aí o cap 2 aqui e em http://livro-ilynx.blogspot.com/. -Continua em breve)



ESTILHAÇOS:


"É no colidir das palavras, no entrelaçamento delas, no lúdico, na melodia que se espreme dos versos que aprendemos a magia de poetar. Como um aprendiz de feiticeiro, vamos derrubando os potes..." - Profex
"Faço rabiscos no papel. Nele traço projetos, misturo desejos. Sobram riscos, faíscas, estilhaços. São cometas neste céu de possibilidades onde abro janelas no futuro..." - Profex
"Aquilo que desenhas com letras grafitadas, mostra um esboço que tento decifrar, com certeza.
Numa noite encantada sem grilos, para virar a mesa, procuro a senha na aquarela com que distribuis a cor e torço encontrar no escuro...
Mais que isso:
Selar um compromisso de derrubar os muros, um desejo de abrir a janela,
de par em par, escancancarar..." - Profex
"Nessa inconstância de ser assim, nessa busca incoerente de mim, às vezes esqueço até de comer. Às vezes esqueço até de beber. Às vezes esqueço até da arte, dos livros, do cinema. Mas nunca me esqueço de você. Isso é veleidade. Nem pensar! Disparate, despautério, este pensar  que depois de tudo eu te esqueceria, se tu fostes o encanto e a magia. Não faças cena, pois fizestes parte do mistério de todo meu querer, do meu tentar. Por certo haverá de bater saudade. E, que seja por apenas um segundo, lá no fundo eu sei: valeu a pena!" - Profex
"A fuga nem sempre é tão importante se a liberdade se oferece em pequenos espaços...
Voltamos sempre ao ponto. Ao encontro dos momentos marcantes. Pelo menos tentamos. E dessas tentativas consentidas, ora venturosas, ora frustradas, prosseguimos..." - Profex
"Embrulhe com carinho para poesia este presente! Ele será aberto para celebrar nosso futuro!" - Profex
"Quando nossas palavras se tornarem ecos e fundirmos nossas identidades, sem mais ninguém saber quem é quem, ninguém será mais de ninguém. Mas eu te pertenço. E você a mim também." - Profex


Um grande abraço!
(Fonte da imagem: google)

terça-feira, 15 de março de 2011

Primeiro Livro: Ilynx - Capítulo 1

Este projeto é antigo: Escrever 'outro' livro. Havia escrito um por volta de 2002. Chamava-se 'A quem perguntar'. Esqueci o manuscrito dele numa cabine telefônica em Varginha. Nunca mais o encontrei ou me encontraram para devolve-lo. Tudo bem! Então vamos lá, vamos ao Ilynx...




Ilynx




Capítulo 1 - Paisagem além da tarde

Acostumando-me com as aparições...


 -você não tem sido nada gentil...
            A tarde corria na paisagem inconsistente, próxima dos cincoenta. Eu permanecera de olhos fechados por um longo tempo ouvindo  “Who wants to live forever”. Sempre percebera algo de mágico nessa música do 'Queen'. A melodia sempre me fazia viajar, percorrer instâncias nunca visitadas da memória, como se fosse uma vereda em direção a um novo lugar. Uma página em branco a ser rabiscada. A interpretação de Fred Mercury, especialmente naquela tarde, parecia diferente. Deixava algo doce e profético no ar. 
          De certa forma combinava com o que ocorria fora. Uma pancadinha de verão trouxera para dentro da despensa aquele cheiro acre da terra  (na despensa ficava o computador, onde eu escrevia algumas bobagens ao som do drive de CD-ROM). As lembranças retornaram. Há dias vinha acontecendo. 


-Você, de novo! Dá um tempo! Lá vem você perturbar meu sossego. Estou cansado das suas chorumelas. Elas vêm sempre em hora errada!


-Você não tem sido nada gentil, mesmo! - reafirmou.


-Corta essa!...- eu não percebia o meu próprio tom de voz, quase gritado, denunciando um certo nervosismo. - ...e o que você sabe de gentileza? Um pirralho desses, querendo perturbar um raro momento de prazer! Ora, vai procurar a sua turma...- completei. Percebi que suava frio.


             Junto com as lembranças, a visão. O nervosismo que eu sentia era devido à confusão que aquela criatura causava em minha mente sempre que aparecia. Uma criança a dar-me lições, a fazer cobranças. "Pode isso?”. Mas eu sabia que de certa forma eu lhe devia atenção. Acho que sentia mesmo um pouco de respeito. (Ou seria medo?) O certo é que o porte austero daquele garotinho me incomodava e eu me sentia impelido a atender aos seus apelos. Já fazia alguns dias que ele aparecia em meus devaneios, geralmente, à tarde. Daquela vez estava disposto a encarar a situação!


-Muito bem! Diga lá o que é que você tem a me dizer. Seja breve!.. - eu não sabia se seriam aquelas as palavras certas. Ele permaneceu impassível em minha tela mental. Confesso que eu sentia uma certa simpatia por aquela criança. Meus olhos permaneciam fechados e eu não queria abri-los de repente e perder a oportunidade de levar adiante aquele diálogo. Comecei e tinha de ir até o fim! Lembro-me que certa vez ao fazer um diário de sonhos tinha a sensação desagradável de perder a noção dos episódios oníricos tão logo eu abria os olhos. “... só vou abrir os olhos depois de resolver essa questão. E mais... só mesmo depois de ter a certeza de que vou me lembrar de tudo depois.”
             Lá estava ela. Uma criança que me parecia estranhamente familiar. Magricela, braços compridos, pernas ligeiramente tortas, pés meio encurvados para dentro. Vestia uma roupa encardida: calça curta com suspensórios e uma camisa xadrez surrada. Tudo meio grande, como se fossem roupas doadas por alguém da vizinhança. Aspecto de criança humilde:


-Você não tem sido nada gentil! Venho tentando lhe falar há anos e só há alguns dias eu consegui um pouquinho da sua atenção.


-Corta essa! Repito! Faz anos, treze anos exatamente, que eu moro nesse mesmo lugar.  E, todas as tardes, fico eu aqui em frente desse computador. Desembucha, diz aí logo o que tem a dizer, que eu tenho mais o que fazer!..- eu não sabia por que estava a usar aquela maneira acintosa de falar.


-Pois faz muito mais tempo que isso!... Tentava falar com você por anos. E não conseguia. Isso só veio a acontecer na semana passada. Desde então consegui manter contato três vezes. E por milagre, hoje você está até falando comigo! Vou lhe dizer uma coisa: no passado você leu pra mim muitos livros. Encheu-me de esperanças, prometeu viagens, passeios agradáveis, amigos, riquezas, felicidade...- parou a enumeração dos itens por um segundo, para enxugar uma pequena lágrima que descia pela face esquerda. Usou a barra da camisa. Continuou: - ... eu acreditava que você iria cumprir todas as promessas...


-Ei, ‘péra aí! Quando foi que eu andei prometendo isso pra alguém? - embora sentisse sinceridade nas palavras da criança, aquilo já estava passando da conta! Continuei de olhos fechados, mas observando mais atentamente o garotinho. Os cabelos eram escorridos, curtos e formando um topete que chegava próximo dos olhinhos miúdos. Os cabelos, de um castanho mais claro que o dos olhos. Tinha o rosto miúdo e comprido e o queixo ligeiramente afinado, pequeno. “... eu já vi esse pirralho em algum lugar! De onde, meu Deus!?... Humm... acho que é do álbum de fotografia lá do guarda-roupas. Espera aí...” 


Encarei o garoto e desabafei:


-... conta essa história direito!                                              


                              (Continua no próximo post)




(Ilynx - Autor Expedito Gonçalves Dias(Profex) - Cap. 1)
_______________________________________
Promoção do blog do Profex    ...Alô amigos do Blog do Profex, eu, Rafael Braga,  havia dito que sortearia 3 comentaristas do blog, mas gostei tanto da promoção que resolvi sortear 8(oito) pessoas!
Obrigado pela participação, esperem que curtam o meu cd!

Eis os ganhadores:

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Enviem um e-mail para o profex: professorexpedito.radialista@hotmail.com, informando o endereço para que eu envie, via Sedex, 2 cds para cada um dos contemplados. Bjs a todos. 
Rafael Braga


EM TEMPO:
 Agradeço pelos selos recebidos dos seguintes blogs:
-  RosaSolidão - A Sonhadora comemora e agradece pelos seus 500 Seguidores. Obrigado por ter se lembrado deste amigo.
-  Blogstar - Obrigado, também, Cidinha. Bem que eu disse que este negócio de blogar vicia... Parabéns pelo seu blog!

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