
Assim como quem ama o vento
mesmo sem poder guardá-lo
(nem ao menos um segundo),
você diz: 'eu amo!'.
Minhas mãos agora têm calos
neste meu trabalho insano.
Se me abalo diante do mundo...
já não reclamo.
Deixei de construir castelos,
para encontrar-te em casa
espero chegar a hora...
e... ela não passa!
Minha vida tomou um rumo
e perdi a conta de tudo.
Não me acostumo a essa dor
que me trespassa.
E eu pergunto: será amor?
-que me deixa transtornado,
desertor das minhas crenças,
assim mudado?
...Que me faz sentir ciúmes
procurando pelo em ovo,
de queixumes, sem sentido
e atarantado?
Refaço de novo o caminho,
volto de novo ao começo,
de mansinho, todo mudado
e me ofereço!
No jogo da amarelinha,
percorro seu labirinto
e faço minha essa rua,
mesmo do avesso.
Já não me importa mais nada,
desfraldo as velas ao vento.
E pra cada desculpa sua
sofro por dentro.
Mas nada ameaça este sonho,
não há mais inquietudes.
Ponho lenha nesta fogueira,
me reinvento!
Minha decisão vai além:
quero-te mais perto de mim,
bem junto, bem encostada,
bem no meu peito!
Você se sente viva e amada.
Não fico atrás, também me sinto
e cada crise me faz te querer
de qualquer jeito.
Entendi de vez a receita:
se te aceito assim diferente;
vejo que você me aceita...
total, incondicionalmente!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)