Fui bem fundo em tudo aquilo que fiz:
Tive uma bomba e uma flor escolhi.
Vi o mundo bem debaixo do nariz:
Li Sartre, decodifiquei Dali,
atravessei bonança e tempestade;
confrontei o mapa com a realidade
e ainda continuo como um aprendiz,
na busca incessante da verdade...
Sempre fui leve e solto no mundo!
Jamais acreditei em corolários
e apaguei o meu quadro de giz.
Tive um relógio e um calendário;
se fui convidado, perdoaram o atraso;
se me perdi no tempo foi por acaso,
devo ter sido, quem sabe, um templário;
não conheço ira, inveja ou descaso.
Decidir entre o mapa e a realidade
é um grande dilema à disposição.
A matrix gera toda a humanidade:
a gênese, o apocalipse e o teorema.
Se a dúvida ressuscita a verdade,
quem manda mais: a mente ou o coração?
Após o saber, vem a indagação,
que contém todo o mistério da vida.
"Decifra-me por completo ou te devoro"
- a voz ressoa em nosso sonho de chumbo...
e lembramos dela apenas na fralda!
Depois, a redenção debela o choro,
erramos de novo, pra nunca aprender...
Tudo fica igual quando se conhece o fundo.
Nada demais, nada mais do que eu já sei:
A serpente engolindo a própria cauda,
num eterno replay, tudo volta a acontecer!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito Em 19/05/2014, Em Varginha-MG, Às 18:15 H
Ilustração: Google Images
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