
O que aconteceu depois eu não fiquei sabendo, pois esse amigo já estava de saída da PQU e até do Brasil. Não o vi mais. Deixo registrado neste post. Na verdade nem sabia que esse texto amarelado ainda estava comigo, depois de tantos anos, ...
Você freqüentou todas as recepções,
aquelas, de gala, do grand monde.
Eu fiquei por aí, a esmo, vagando.
O mundo tem, sim, suas estações:
Volto a escrever, dou as caras de novo!
Volto a ser povo, ser gente, pego a caneta,
Vejo você, se escondendo nos bastidores,
disfarçadamente, fantasiando suas dores.
Eu era um lacaio, um joguete,
mas, volto a viver, de repente.
Saio do meu refúgio, da casca do ovo.
No seu topete, você foi cruel:
Ignorou-me, simplesmente,
saiu quando quis, de soslaio,
sem nenhuma declaração.
Nem voltou depois das dez.
Pelo meu lado, fui sempre fiel,
sempre calado, na minha.
Como naquela canção:
'se sumi, ninguém sabe,
-também isso!-, ninguém viu...'
Completo o batido refrão,
a antiga e fugaz ladainha:
“Estranhos caminhos pisei...'
Mas aqui, estou de volta.
Se antes sangrei, mudei.
Tanto faz neste momento
pois deletei tudo. Cansei!!!
E aceitei essa nova condição,
digo, sem mágoa ou revolta.
Não paguei um milhão por ela.
Veio-me assim de sopetão,
mas sem nenhum estardalhaço:
minha mente está desperta,
meu coração, Sumi, está zen.
De novo, a porta se abriu.
Sinto-me alerta novamente.
De certo, é um primeiro passo,
mas estou indo muito bem!
Deletei tudo, Sumi, cansei!
Mas olha que estou redimido,
tudo que fizemos está perdoado...
Simplesmente aceitei
essa nova realidade,
cristalina como água,
sem mágoa, ou subterfúgio.
Que fique registrado aqui:
Pra mim, me achei!
pra você, Sumi.”
(Escrito Santo André-SP, em 06-06-1974, 23h)
Gostou deste texto? Compartilhe com seus Amigos