Música, Literatura, Terra do ET, BRICS, Atividades da APESUL e Reflexões...

domingo, 29 de abril de 2012

QUO VADIS

Sou como Dédalo a reconstruir Creta,
a criar labirintos à toa, 
por amor à arte, por diversão.
Pinto cores num imenso painel
-à la Portinari, candidamente.
Do abismo vou ao pico em segundos,
como agem as mentes bi-polares. 
Sou como Nero a incendiar Roma:
o mundo me xinga ou se apieda,
mesmo assim, nem remorsos eu sinto.
Os dias se consomem lá fora:
máquinas dentro de outras máquinas,
fogo destruindo os pilares...
Dentro do homem deve haver o homem.
que segue, apesar dos pesares,
nem que dure uma vida inteira,
à procura de sua identidade.
A fera sucumbe às vaidades,
mas na fogueira se regenera...
Repasso a lição rapidamente:
Dédalo e seu preciso dedo,
Ícaro e sua asa frágil,
Nero e sua útil loucura, 
Cândido e seus mágicos pincéis...
(eu aqui com todos os meus medos,
foram-se os dedos, ficaram os anéis!..)

Mas Pessoa e sua livre poesia
me faz questionar onde eu vou,
sozinho, nesta estrada vazia...

Anima-se o poeta escondido 
no vão livre dos meus sentimentos.
Sou como Pessoa a fingir dores.
Ergo-me, depois de cada queda,
encaro o céu com suas estrelas
e junto delas costuro as rimas.
Vejo que as janelas vão se abrindo
em busca do encanto e da magia...
Veloz e ilimitado é o caminho!
Ouso então voar bem mansamente,
sentindo o ritmo combalido
e os versos! - um de cada vez...

Eu os fiz um dia, por desatino,
na insensatez dos abraços dados,
na atroz sede do amor imorrido
e nos terços rezados sem fé!..

Ponho-me de pé, me equilibro
e assino meu livro dos desvios.
O poeta que vive no homem
segue caçoando do labirinto
e retoma seu caminho errante.
Creta está tão longe e ausente,
e minha alma está tão distante...
O incêndio não foi ainda apagado 
e o tempo é um inconsequente.
Não ligo se for preso em Roma
e outra vez ser crucificado!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
Escrito em Varginha, 29-04-2012, às 15:45h
(fonte da imagem: Google)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Parapoema 2

Buzz Buzz it !
Cada poema torna-se um horizonte,
visto assim da fresta da janela.
É o domínio da palavra arisca,
que era, mas já se fez mutação.
É doce mel amainando as dores, 
uma cúia de água fresca da fonte,
as cores do arco-íris no céu... 
A conquista, o abandono e a saudade, 
um coração partido talhado na imbuia,
é arte mas tem gosto duvidoso,
é um x na questão, um elo perdido.
É brisa que anuncia a tempestade,
traz companhia, jamais vem sozinha.
Um isento diálogo de surdo-mudos,
o monstro do lago e a fada madrinha, 
feitiçaria, dogma, reza... magia!- 
assim, em resumo, é a poesia...
Os versos escondem em sua faceta
uma alma desejosa de liberdade,
rebento, sorriso da mona-lisa,
uma lua indizível na noite vazia.
Sai da gaveta do tempo a palavra,
expulsa de lá pela alma inquieta.
A lavra do poeta nada lhe custa,
é aliás um unguento que o alivia.
É um dilema de sentimentos vagos, 
a calma busca dos significados: 
o escudo e a flecha que fere a alma,
ao mesmo tempo, o nada e o tudo!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito em Varginha, 18-04-2012, às 17:00 h
(Fonte da imagem: Google images): 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aquele Beijo Que Te Dei

Buzz Buzz it !
Sobre aquele beijo que te dei
fico ainda absorto viajando,
perdido ao léu, sem compromisso,
naquela busca adolescente.
Talvez você nem se lembre mais,
sei muito bem disso e não me importo.
Foi demais pra mim, foi diferente,
profundo, talvez inconsequente.
Era setembro o mês, disso eu sei,
do contato dos lábios me lembro
e de mais nada, nem do lugar!
Já tentei saber de mais detalhes.
Não sei se foi na praia, na praça,
na escola, na rua, na calçada
ou ali na escada do seu jardim.
Mas o que vale é que foi roubado,
na raça, com  intenso desejo,
de repente, assim num segundo.
Penso nele cada ano que passa!...
Inocente, sem valor de troca,
um beijo na boca não é nada,
mas criou memória em mim...
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito em Varginha em 14/04/2012, às 11:00
(fonte da imagem: Google)

domingo, 8 de abril de 2012

Dois Poemas de Abril

Buzz Buzz it !
Renascimento
Neste passado manifesto, as arestas aparo.
Nas fendas cavadas pelo templo, planto esperanças...
Deparo com a criança em mim enviando-me um gesto:
é um apelo nevrálgico, um grito de socorro...
Há um presente assinalado, um apanágio de Abril:
de um naufrágio trágico de outono eis que a Páscoa surge!
Destruir o ego  para que o Amor resplandeça,
criar um advir onde prevaleça o sorriso e o suor.
Se eu morro em mim e preencho as notas desse adágio,
urge que a criança sedenta e esse coração novo
conjurem dentro do peito em busca do meu melhor!                                                      
Escrito por Expedito Gonçalves Dias (Profex)
em 08-04-2012 em Varginha-MG às 09:35h
(Imagens do Google)



Parapoema

Chega de tanta aflição barata!
Dreno de mim todas as emoções
e minhas funções se estabilizam.
Chega de tanta figuração e fita!
Paro  de dar explicações tolas;
pois os amigos não precisam delas
e quem me desconhece não acredita...
Sou a lenda e a meia verdade,
sou a perplexidade, não o sentido.
Sou a dança a espantar o enfado,
sou erva rasteira no lugar do fruto.
Sou o infinito buscado a esmo,
não sou roupa, sou o grampo no varal!
Tim tim por tim tim como reza o terço
sou o noves fora e não o resultado.
Não me desculpo por  ser mesmo assim
se escrevo os versos como um marginal!
Escrito por Expedito Gonçalves Dias (Profex)
em 08-04-2012 em Varginha-MG às 12:15h
(Imagens do Google)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

À Minha Maneira

Buzz Buzz it !
Minha crença costurei como pude.
Das pipas e dos banhos de açude,
dos folguedos alegres da infância
às discrepâncias tolas dos adultos
criei um indulto e me protegi.
Meus sonhos guardei em caixa fechada
amarrada com fitas multicores.
Expulsei os medonhos pesadelos,
e os amores assumi por inteiro...


Mas tentei anos a fio descobrir
a diferença entre o falso e o real.,
qual D. Quixote e seus moinhos de vento.
Mas o terreno era escorregadio
e, confesso, falhei em minha crença!
De um tal céu azul que a lua esconde,
fiz por onde descobrir os mistérios.
Mas, tiraram o mel da minha boca
e a única azeitona da empada!


Artificial, a lua me enganou,
errei nos cálculos que fiz de carreira
e na encruzilhada marquei touca.
À minha maneira, assim, NATURAL,
descobri o mistério, tirei o véu:
Já não me espanta a nudez do rei,
fiquei mais cético, frio e sério,
pois, no alto, aquilo que me encantava,
não era azul, nem tampouco céu!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
criado em 02 de Abril de 2012, em Varginha-MG às 11:30h
(Fonte da image: Googleimages: astrid-annabelle.blogspot.com)

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