Dissimulação
Minha abordagem é velha e isto eu admito:
Dos meus incontidos segredos faço blindagem,
cuja roupagem engana os intrometidos;
talvez seja o medo que induz à camuflagem.
Cada ancoragem que faço é muito precisa,
procuro a luz em cada porto desta viagem.
Tenho a vantagem de ter uma alma narcisa:
sinto conforto em me ver nessa embalagem.
A imagem no coração garante a magia.
Sinto a poesia como a matriz dos universos
e uma aragem de emoção me traz alegria!
Trago às costas todas eras por bagagem,
meço a dosagem e o impacto de todos os versos
e a primavera cede então uma flor à mensagem...
Prof.
Expedito G. Dias (Profex)
Imagem do google
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LUA MINGUANTE
Ando
assim meio à míngua como todo poeta
puta
sacanagem que tema mais complicado!
-Peraí,
caramba, dizendo assim é muito feio,
Indelicado,
sofrível, um ponto fora da reta...
Refreio
a língua e me dou uma repreensão:
-‘Mude
imediatamente este seu palavreado,
olha
que coisa mais deselegante e horrível!’
Paro,
penso e busco construir outra ação...
Para
truncar as ideias do leitor, hipnotizar
tem
que ter certa linhagem e alguma magia
Inflar
a imagem daquele sentimento incontido,
tirar
uma casquinha, seduzir, depois abandonar...
Acho
até que entendi o teor da mensagem
Busco
até na lua a inspiração de abordagem,
reviro
triunfante meu baú de quinquilharias.
Em
vão: para o tema pedido, falta bagagem!
Prof.
Expedito G. Dias (Profex)
Imagem do google
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TREM DA ESPERANÇA
Filhos bastardos da existência,
refugiados de uma guerra hostil,
ainda nos submetemos a tudo,
tentando apagar um incêndio.
Segurando a nossa bagagem,
nesse trem, inertes e mudos,
seguimos ainda persistentes
batendo continência pra vida!
Em busca de uma soberania,
ou retorno à história recente,
somos o que resta do Brasil!
Parecemos inocentes meninos,
filhos da exploração indecente,
indo em resgate do destino...
E, garantindo a nossa viagem,
o trem ainda resiste nos trilhos.
Prof. Expedito G. Dias (profex)
Imagem do google
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