Estou aqui, ditando lentamente essas frases,
espero que quem as escreva saiba decifrar:
já não sei de crases, nem de entrementes,
nada sei de entretantos, já não sei mais nada...
Nada a declarar! - poderia dizer simplesmente.
Mas, finalmente me sinto frágil e dependente,
neste instante me recolho à insignificância.
Jogo, então, a toalha antes que desistam de mim.
Sim, só quem entende a doença pode testemunhar.
Aqui nesta cadeira, tanto faz que tenha rodas,
Não vou a lugar nenhum, a praia ficou distante.
recebo achincalhes por não ter mais paciência.
O telefone não toca, todos se foram de repente.
A viagem que faço é desde a minha infância,
na memória já cansada, sem tantos detalhes.
Eis que estanco o pranto, pois sou do tempo antigo...
Homem é foda, homem não chora, que asneira!
Mas a cada amanhecer me sinto mais destoado.
Sempre fui solitário, uma ilha, era o que eu era,
no meio do nada com tudo para compreender...
Passavam as estações, as horas e eu, no entanto,
não sentia o atestado do tempo em mim acontecer.
Um dia, porém, tudo mudou e assim tão imediato:
Se o destino existe ele deu as caras de repente!
Eu já não sentia mais um lado do meu corpo,
a cada ato eu me via mais tolo e impotente,
o andar torto e descabido já me denunciava.
Eu não sei como tudo começou, só aquele final.
Era de grande escala o ataque à minha pessoa,
De onde vinha a bala, se não ouvi o estampido?
Mas ressoa no ouvido uma a fala: viu só, eu avisei!
Estou assim como um vagão meio fora do trilho.
Não sei a quem apelar, nem bem sei como agir,
a língua não tem freio e machuco as pessoas,
sei que não tenho cara de muitos amores, enfim!
Repito: sinto-me uma ilha, cercada de dores...
Se tenho filhos eles se foram, fugiram de mim.
O trem tá feio, por todos os lados a vida se esvai.
Estes evitam me olhar, os outros foram embora.
A hora da partilha chegou e o que vou oferecer?
Um número especial de mágica como surpresa,
um coração combalido e vazio prestes a parar;
um dia por terminar e a incerteza de uma aurora...
ou a tristeza por descobrir que nunca fui um Pai?!!
Ilustração: Google Images
espero que quem as escreva saiba decifrar:
já não sei de crases, nem de entrementes,
nada sei de entretantos, já não sei mais nada...
Nada a declarar! - poderia dizer simplesmente.
Mas, finalmente me sinto frágil e dependente,
neste instante me recolho à insignificância.
Jogo, então, a toalha antes que desistam de mim.
Sim, só quem entende a doença pode testemunhar.
Aqui nesta cadeira, tanto faz que tenha rodas,
Não vou a lugar nenhum, a praia ficou distante.
recebo achincalhes por não ter mais paciência.
O telefone não toca, todos se foram de repente.
A viagem que faço é desde a minha infância,
na memória já cansada, sem tantos detalhes.
Eis que estanco o pranto, pois sou do tempo antigo...
Homem é foda, homem não chora, que asneira!
Mas a cada amanhecer me sinto mais destoado.
Sempre fui solitário, uma ilha, era o que eu era,
no meio do nada com tudo para compreender...
Passavam as estações, as horas e eu, no entanto,
não sentia o atestado do tempo em mim acontecer.
Um dia, porém, tudo mudou e assim tão imediato:
Se o destino existe ele deu as caras de repente!
Eu já não sentia mais um lado do meu corpo,
a cada ato eu me via mais tolo e impotente,
o andar torto e descabido já me denunciava.
Eu não sei como tudo começou, só aquele final.
Era de grande escala o ataque à minha pessoa,
De onde vinha a bala, se não ouvi o estampido?
Mas ressoa no ouvido uma a fala: viu só, eu avisei!
Estou assim como um vagão meio fora do trilho.
Não sei a quem apelar, nem bem sei como agir,
a língua não tem freio e machuco as pessoas,
sei que não tenho cara de muitos amores, enfim!
Repito: sinto-me uma ilha, cercada de dores...
Se tenho filhos eles se foram, fugiram de mim.
O trem tá feio, por todos os lados a vida se esvai.
Estes evitam me olhar, os outros foram embora.
A hora da partilha chegou e o que vou oferecer?
Um número especial de mágica como surpresa,
um coração combalido e vazio prestes a parar;
um dia por terminar e a incerteza de uma aurora...
ou a tristeza por descobrir que nunca fui um Pai?!!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito Em 09/08/2014-Varginha-MG, Às 20:39h
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