Tem certos momentos em que sua atenção pontual se evola. Ao ouvir algo interessante, ler um livro, ou simplesmente caminhando por aí. Você atravessa uma porta aberta em sua mente e viaja por lugares nunca visitados, por dimensões desconhecidas. Quando volta, está refeito, como se seu HD mental fosse formatado. A experiência dura algum tempo e depois tudo vai voltando ao 'normal'. E você se esquece de registrar essas epifanias.
Pois registro aqui um desses momentos! O texto abaixo foi exibido em áudio pelo companheiro de rádio Fred Azzi, que produz e apresenta o programa Luzes do Entardecer, logo após o meu, Espaço C3, na 87,9 FM em Varginha-MG. Às vezes fico um pouco mais na emissora, ajeitando algumas coisas, refazendo alguns posts... e eis que me vi num desses momentos. Me teletransportei...
Tratei de procurar o texto. Ia pedir hoje à tarde ao Fred para fornecê-lo. Mas como não podia demorar nada, resolvi buscar na Net. Mas agradeço a ele por ter-me fornecido essa semana, numa tarde dessas, as luzes que conseguiram levar-me a uma conexão com meus mundos internos.
Eis o texto:
Senhor Jesus, muito obrigada!
Pelo ar que nos dás,
pelo pão que nos deste,
pela roupa que nos veste,
pela alegria que possuímos,
por tudo de que nos nutrimos.
Muito obrigada, pela beleza da paisagem,
pelas aves que voam no céu de anil,
pelas Tuas dádivas mil!
Muito obrigada, Senhor!
Pelos olhos que temos...
Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar,
que contemplam toda beleza!
Olhos que iluminam de amor
ante o majestoso festival de cor
da generosa Natureza!
E os que perderam a visão?
Deixa-me rogar por eles
Ao Teu nobre coração!
Eu sei que depois desta vida,
Além da morte,
voltarão a ver com alegria incontida...
Muito obrigada pelos ouvidos meus,
pelos ouvidos que me foram dados por Deus.
Obrigada, Senhor, porque posso escutar
O Teu nome sublime, e, assim, posso amar.
Obrigada pelos ouvidos que registram:
a sinfonia da vida,
no trabalho, na dor, na lida...
O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,
as lágrimas doridas do mundo inteiro
e a voz longínqua do cancioneiro...
E os que perderam a faculdade de escutar?
Deixa-me por eles rogar...
Sei que em Teu Reino voltarão a sonhar.
Obrigada, Senhor, pela minha voz.
Mas também pela voz que ama,
pela voz que canta,
pela voz que ajuda,
pela voz que socorre,
pela voz que ensina,
pela voz que ilumina...
E pela voz que fala de amor,
obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daqueles
que perderam o dom de falar
e o Teu nome não podem pronunciar!...
Os que vivem atormentados na afasia
e não podem cantar nem à noite, nem ao dia...
Eu suplico por eles
sabendo, porém, que mais tarde,
No Teu Reino voltarão a falar.
Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas
alavancas da ação, do progresso, da redenção.
Agradeço pelas mãos que acenam adeuses,
pelas mãos que fazem ternura,
e que socorrem na amargura;
pelas mãos que acarinham,
pelas mãos que elaboram as leis
pelas mãos que cicatrizam feridas
retificando as carnes sofridas
balsamizando as dores de muitas vidas!
Pelas mãos que trabalham o solo,
que amparam o sofrimento e estacam lágrimas,
pelas mãos que ajudam os que sofrem,
os que padecem...
Pelas mãos que brilham nestes traços,
como estrelas sublimes fulgindo em meus braços!
...E pelos pés que me levam a marchar,
ereta, firme a caminhar;
pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.
E os que estão amputados, os aleijados,
os feridos e os deformados,
os que estão retidos na expiação
por ilusões doutra encarnação,
eu rogo por eles e posso afirmar
que no Teu Reino, após a lida
dolorosa da vida,
hão de poder bailar
e em transportes sublimes outros braços afagar...
Sei que a Ti tudo é possível
Mesmo o que ao mundo parece impossível!
Obrigada, Senhor, pelo meu lar,
o recanto de paz ou escola de amor,
a mansão de glória.
Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho
e pelo lar que é meu...
Mas, se eu sequer
nem o lar tiver
ou teto amigo para me aconchegar
nem outro abrigo para me confortar,
se eu não possuir nada,
senão as estradas e as estrelas do céu,
como leito de repouso e o suave lençol,
e ao meu lado ninguém existir, vivendo e
chorando sozinha, ao léu...
Sem alguém para me consolar
Direi, cantarei, ainda:
Obrigada, Senhor,
porque Te amo e sei que me amas,
porque me deste a vida
jovial, alegre, por Teu amor favorecida...
Obrigada, Senhor, porque nasci,
Obrigada, porque creio em Ti.
...E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre,
Obrigada, Senhor!
Amélia Rodrigues, espírito.
(Poema recebido pelo médium DIVALDO PEREIRA FRANCO, em Buenos Aires, Argentina, 21/11/62 e extraído do livro, "Sol de Esperança")
Postado por Profex (Poema recebido pelo médium DIVALDO PEREIRA FRANCO, em Buenos Aires, Argentina, 21/11/62 e extraído do livro, "Sol de Esperança")
(Crédito do texto na net: http://cleide1jean.multiply.com/reviews/item/89; e Crédito da imagem-Germano Schüür em:http://divagacoesaoluar.wordpress.com/2008/11/23/125%C2%AA-divagacao-outono/)