que nem tudo foi possível:
faltou um fiapo de alegria,
e umas gotas de bom senso.
Mas sobrou dor - inconfundível - tipo nervo exposto...
Faltou também sinceridade,
faltou quem sabe, poesia,
um naco apenas para se alcançar
o sentido da busca da verdade.
Mas não faltou coragem.
Mostrei minha carta de intenções
enxuta -disse em poucas palavras.
Arrisquei minha imagem de durão
e dei-lhe fartas razões pra decidir
acreditar em mim, que não mudei...
Arrisquei e perdi.
Faltou sobretudo, tolerância e respeito,
faltou jeito e jogo de cintura.
Faltou um pedido de recurso,
quem sabe, mais uma instância.
Mas encerrou-se o tempo.
Acabou a sessão.
Ganhou a verdade e o orgulho ferido
Varro o entulho. Saio de cena cabisbaixo.
Foi-se a festa. O amor acabou.
E todos os sonhos, os meus e os seus.
Recomponho o que resta da minha autoestima.
Não me encaixo mais no esquema desta pantomima;
e digo então adeus,
para que meu poema
para que meu poema
não perca de vez a sua última rima!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Escrito em 15-05-2001 às 15:00 h, em casa)
0012-Meus Poemas - Resta uma rima