Ávido de tudo,
sou o mesmo de antes
mas já não me iludo
com certas nuances,
com tantos detalhes
ou palavras bonitas.
Nos bailes da vida
aprendi a lição:
a Verdade é tudo,
lógica e razão.
No luxo ou no lixo,
marajá ou sem-teto,
só uma coisa existe
que a todos iguala
mestre e analfabeto,
contrarregra e autor,
naipes, mestre-sala
e a platéia que assiste.
A verdade chega,
mais ou cedo ou mais tarde,
amparando a queda,
sem fazer alarde,
carregando o andor.
Mas você não ouve,
finge que não vê;
tenta me enganar,
quer me convencer
de algo surreal.
Mesmo que eu te louve
e te engrandeça,
você não me ouve,
faz cara-de-pau.
Eu também sou duro
e não me altero
com suas trapaças,
dois surdos nós somos
num banco de praça.
E este lero-lero
sem rima, sem graça,
sem nexo e sem dono
só deixa perplexo
o incauto que o lê.
Quanta hipocrisia
-que mundo admirável!-
nessas poucas linhas
posso resumir
com seu aval
ou sua recusa:
qual camisinha
a Verdade é tonta,
tão paradoxal,
pra se resguardar
ou se redimir,
mas na hora H,
ninguém mesmo usa...
Autor: Expedito Gonçalves Dias - (Profex)
Escrito em Lavras-MG em 01-08-1992, às 00:15 h)
Escrito em Lavras-MG em 01-08-1992, às 00:15 h)
(crédito das imagens: www.blogdamorsa.blogspot.com -e- www.falaciasdajujuba.blogspot.com)