Você é o resumo do que eu quero e a minha cura.
Nesta vida dura virei granito tão sólido,
você é um bólido que cruza o meu céu
num equilíbrio estável, em disparada:
aventura inédita e inenarrável.
Mel em cascata, maná que jorra do nada
e em cada parte de mim se amontoa.
Não é a toa que a poesia flui com arte.
Na geografia que mostrei, você é o monte,
a ponte das minhas idiossincrasias.
Na minha geometria, é a hipotenusa,
aquela musa dos meus versos mais completos.
Decifre-os, pois, dependendo, se tornam góticos,
truncados, eróticos ou mesmo sem leis...
Chegou a hora, no plantão da madrugada
declarada a senha, faço o que nunca fiz,
declarada a senha, faço o que nunca fiz,
estou por um triz, meio louco e furibundo.
No teto do mundo, declaro então este Amor.
Cuidarei dessa flor, este lírio tão alvo.
Se te viro do avesso, é porque gosto disso,
sou duro, mas quebradiço como gesso.
Encantador de najas quero-te me olhando
bem no fundo dos olhos e atentamente:
quero-te verdadeira serpente e seus guisos,
sorrisos e sussurros para a vida inteira!
Não! Não fale nada, apenas ouça o que eu digo,
não é castigo, é a prenda maior que eu já tive!
Livre-se do medo, relaxe e se renda.
Não seja afoita nem tampouco servil,
A necessidade arde e a saudade açoita.
Faz-se a hora afinal e já não é tão cedo.
Viu, Menina, se te en-cantei, apenas cale-se!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
(Escrito em Varginha-MG, em 16-09-2010, 12:00h)(Crédito das imagens: triplov.com e luso-poema.net)