Bateu a nostalgia e o coração aperta,
na madrugada deserta a imaginação vai além:
Queria pular fogueira, ser um mágico,
jogar pião e brincar de esconde-esconde...
mas onde? Com quem?
A realidade dói! É trágico!
Tantos quereres me rondam no profundo da mente:
Vestir de novo minha capa de invisibilidade
e viajar no tapete mágico me esborrachando de alegria...
Travestir-me de super-herói, mandar ver,
desmantelando as inverdades do mundo!
Revisitar a criança traquinas que pude ser,
envolvente, alegre, saltitante e imprevisível.
E de repente, de rompante, sem aviso,
encolher-me, perder novamente o juízo;
só por um dia, ficar totalmente invisível
...e comer todos os doces da padaria da esquina!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito em 12/10/2011, em Varginha-MG, à 01:30 h
Fonte da imagem: Google+(lh3.googleusercontent.com/-MhCCA1kY_IQ/TpUHFgUvNOI/AAAAAAAAEaE/L1j4r11-GY0/w400/Azucar.gif)
Na última postagem comemorávamos aqui no blog o Dia do Idoso. Já hoje, tudo se renova:
12 de Outubro, Dia das Crianças!
Deixo então um soneto que a professora de Língua Pátria, Edyr Veríssimo, na pacata cidade Visconde do Rio Branco-MG - Grupo escolar Dr. Carlos Soares - nos fazia recitar.
Este poema fazia parte do nosso livro de acompanhamento de capa azul.(ainda me lembro!), a "Novíssima Gramática da Língua Portuguesa" editada em 1964 e criada por Domingos Paschoal Cegalla:
SONETILHO DO ACAMADO
Na alcova sombria e quente
Pobre demais, se não erro,
Repousa um moço doente
Sobre uma cama de ferro.
Pede-lhe baixo inclinada,
Sua mulher — que adormeça,
Em cuja perna curvada
Ele reclina a cabeça.
Com a colher da tintura,
Que ele recusa, num ai!
Mas o solícito anjinho
Diz-lhe com riso e carinho:
— Bebe que é doce, papai!
Bernardino da costa Lopes (Boa Esperança RJ 1859-1916)
Feliz Dia das Crianças!