Enquanto empinava pipas,
desenhava metas no céu.
desenhava metas no céu.
Era menino, de nada sabia.
Cresci, andei por aí ao léu.
Fiz fita, aposentei o cerol.
Vieram os contratempos,
fui levado na enxurrada.
Encarei o sol e os ventos,
todavia, não morri.
Mas no peito algo doía...
Para aplacar os invernos
toquei gaita, enganei a vida.
Desci então aos infernos
e depois ressuscitei.
Comi a fome sem tempero
e, sem exagero, sobrevivi.
Antes eu empinava pipas,
traçava metas com esmero
nos meus anos de menino.
Mas hoje, como homem,
aos trancos e barrancos,
para fugir do desespero,
ampliei a minha meta,
ampliei a minha meta,
ensaiei uns versos mancos.
E, por imposição do destino,
atendi o coração: virei poeta!
Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)