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sábado, 11 de setembro de 2010

Ecos Poéticos - Charles Baudelaire



Todos trazemos dentro de nós reminiscências que carregamos ao longo dos anos. Ecos de trechos lidos ou ouvidos que ficaram gravados em nosso íntimo e que de vez em quando, ao sabor da sorte, disparam os gatilhos da memória, levando-nos a eras e lugares remotos já vividos e visitados.
Neste espaço eu trago alguns deles para sua apreciação.


Inaugurei os 'Ecos Poéticos' com Augusto dos Anjos. Estou voltando... Esta postagem traz mais um dos meus poetas 'malditos',  Charles Baudelaire com suas Flores do Mal. Perfume penetrante e avassalador. Escolhi a flor que considero bela, entretanto a mais suave. Baudelaire, um gênio das idéias, foi um dos precursores do Simbolismo e fundador daquilo que podemos chamar moderno em Poesia. Sua maneira de pensar a estética acabou por influenciar todo o cenário artístico. E o mundo ficou melhor depois dele...

Hino à Beleza



Vens do fundo do céu ou do abismo, ó sublime 
beleza? Teu olhar que é divino e infernal, 
verte confusamente o benefício e o crime,
e por isso se diz que do vinho é rival.

Em teus olhos reténs uma aurora e um ocaso;
tens mais perfume que uma noite tempestuosa;
teus beijos são um filtro e tua boca um vaso
que tornam fraco o herói e a criança corajosa.

Sobes do abismo negro ou despencas de um astro?
O Destino servil te segue como um cão;
semeias a desgraça e o prazer no teu rastro;
governas tudo e vais sem dar satisfação.

Calcando mortos vais, Beleza, entre remoques;
no teu tesoiro o horror é uma jóia atraente,
e o assassínio, entre os teus mais preciosos berloques
sobre o teu ventre real dança amorosamente.

A mariposa voando ao teu encontro, ó vela,
'bendto este clarão!' diz antes que sucumba.
O namorado arfante enleando a sua bela
parece um morimbundo acariciando a tumba.

Que tu venhas do céu ou do inferno, que importa,
Beleza! Monstro horrendo e ingênuo! Se de ti
vêm o olhar, o sorriso, os pés, que abrem a porta
de um infinito que amo e jamais conheci?

De Satã ou de Deus, que importa? Anjo ou Sereia,
se és capaz de tornar, - fada dos olhos leves,
ritmo, perfume, luz! - a vida menos feia,
menos triste o Universo e os instantes mais breves? 


Autor: Charles-Pierre Baudelaire
Paris 9-Abril-1821/31-Agosto-1867 
Crédito das imagens : vetorcultural.com - e -  J.A. Gueiros - oglobo.globo.com 
 Postado por Profex
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

ECOS POÉTICOS - Augusto dos Anjos

Todos trazemos dentro de nós reminiscências que carregamos ao longo dos anos. Ecos de trechos lidos ou ouvidos que ficaram gravados em nosso íntimo e que de vez em quando, ao sabor da sorte, disparam os gatilhos da memória, levando-nos a eras e lugares remotos já vividos e visitados.
Neste espaço eu trago alguns deles para sua apreciação.
Este, por exemplo faz parte do Livro Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos, poeta ímpar, inclassificável na literatura, incomparável na profundidade. Livro que adquiri em 1977, em Santos, numa de minhas férias com a família quando trabalhava na Petroquímica União, em Capuava-Mauá-SP. Lembro-me bem da cena ao adquirir o livro e do local: Livraria Atlântica, na Avenida Ana Costa. E do vendedor que me atendeu, atencioso, ao mesmo tempo curioso pela minha aquisição, o que levou a um bom bate-papo  sobre o instigante Autor das palavras que se seguem. Desculpe, mas era importante colocar este detalhe e acrescentar que este livro permanece bem aqui na estante sempre à mão, para reler e reler e....

Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
à luz do luar, pelos caminhos quedos,
minha táctil intensidade é tanta
que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
e a minha mão, dona, por fim de quanta grandeza,
o Orbe estrangula em seus segredos,
todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
nos paroxismos da  hiperestesia,
o Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude.
E, transmutando em rutilância fria,
encho o Infinito com a minha plenitude!     


Autor: Augusto dos Anjos 
(20/04/1884 a 12/11/1914)

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