Música, Literatura, Terra do ET, BRICS, Atividades da APESUL e Reflexões...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Alimento da Alma

Eva Cassidy - Time after time
Matheus Herriez e Lissah Martins - Mentiras, poesias e flores
Delta Goodrem - Born to try
Arnaldo Antunes - Se tudo pode acontecer
Paula Fernandes - Pássaro de fogo
Fantasia - Truth is
Léo Verão e Daniel Freitas - Better together-Deus e eu no sertão
Jota Quest - De Volta ao planeta / Amor maior
Leona Lewis - A moment like this / Bleeding love
Richard Marx - Because I love you
Ângela Ro Ro - Fogueira
Sissel Kirkjebo - Better of alone
Christian e Cristiano e Fátima Leão - Fã
Simone - Migalhas / Cordilheiras
Núbia Granja - Entre o céu e o mar
Coldplay - The hardest part
Lulo Scroback - Por um triz
Maxi Priest - Fields of gold
Own City - Fireflies
Alcione - Acesa
Israel Kamakawiwo'Ole - Somewhere over the rainbow
Cachorro Grande - Quando amanhecer
John Mayer - Your body is a wonderland
Julinho Marassi e Gutemberg - Aos meus heróis
Oswaldo Montenegro - Estrada Nova / A Lista / Drops de hortelã (com Glória Pires)
James Ingram - Just once
Rosa de Saron - Sem você
Sandra de Sá - Vamos viver (só de amor) / Black is beautiful (com Alcione e Luciana Melo)
Ana Carolina e John Legend - Entreolhares
Fagner e Jorge Vercilo - Fácil de entender
Khaled - Aicha
Leona Lewis - A moment like this
Michael Allen - Hold me tight
Kenny Rogers - You decorated my life
Joana Zimmer and David Bisbal - Let's make history
Mariah Carey and Luther Vandross - Endeless love
Guilherme Arantes - Blue moon pra sempre
Moby - In this word
Del Amitri - Drivin' with the brakes on
Eugene - The best
Fagner - Canteiros / Oração de São Francisco
Jonatha Brooke - I'll try
Simone - Cordilheiras
Biafra - Moldura / Seu nome
Beto Guedes - Sol de Primavera / O sal da terra / Cantar, cantar
Celine Dion - It's all coming back to me now
Timbaland and One Republic - Apologize
Keane - Everybody's changing
Belchior - Comentário a respeito de John / Ouro de Tolo
Guilherme Arantes - Pedacinhos / Descer a serra
Eduardo Dusek - Olhos negros
Vanusa - Vida de Palhaço / Paralelas
Altay Veloso - Entra e sai de amor
Caetano Veloso e Paulo Ricardo - London London
Paulo Diniz - Eu quero voltar pra Bahia / Eu vim de Piri Piri
Maria Bethânia - Olhos nos olhos / Os Argonautas
Lany Brody - Over you
Ângela Ro Ro - Fogueira / Amor meu grande amor
Chico Buarque e Elza Soares - Vamos amar

As velhinhas gostosas
Richard Harris - Mac Arthur Park
Gary Moore - Parisienne walkways
Housemartins - Build

Rockwell - Knife
Johnny Mathis - Aquarius(Let the sunshine in)
Nat King Cole - Unforgetable
Homburg - A whiter shade of pale
Mary Hopkins - Those were the days(O destino de Poseidon) / Good bye
Tim Moore - Yes
Ben E King - This magic moment
John Lennon - Give peace a chance / Woman is the nigger of the world
The flying Machine - Smile a little smile for me

(Na correria do dia-a-dia você não teve tempo de ouvir... Ou o esquema que move a divulgação musical contemporânea não deixou que chegasse até seus ouvidos. Pois aqui está um Playlist Movido a Paixão, com músicas escolhidas com carinho pelo Profex. Tente baixar e se delicie. Algumas delas ainda poderão fazer parte da sua trilha musical.
Mande sua sugestão, quero ouvir. Pode ser que sua música preferida venha parar aqui 
também!..) 

O QUE ANDO LENDO OU RELENDO


Ray, Michael
A Meta Suprema(O segredo que te move além do sucesso e da realização)
São Paulo: Novo Paradigma, 2005 

Reis, Eduardo Almeida
Amor Sincero Custa Caro
Rio de Janeiro: Garamond,  2002 

Homem, Wagner
Histórias de Canções - Chico Buarque
São Paulo: Leya Brasil, 2009 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

REMINISCÊNCIAS DO SANTO ANTONIO, QUEBRA e outras quebradas...

0001-SOBRE O BLOCO DO ABACATÃO e outras lembranças...
Neste espaço eu convido o amigo internauta a viajar comigo no passado, no meu passado. Onde reencontro os amigos que o tempo separou. 
Para deixar claro , o Quebra é um bairro da cidade de Visconde do Rio Branco-MG onde brinquei, cresci e vivi até os 20 anos, onde tinha a mangueira, das peladas, do futebol da molecada. Santo Antonio, o bairro contíguo onde morei e a maioria dos amigos de infância. 
Os personagens deste espaço são os amigos e os amigos dos amigos, desta época e lugar.  Essas reminiscências poderão ser lidas pelos filhos e netos desses personagens, inclusive os meus... hoje espalhados por esse mundão de Deus. 
Graças à tecnologia das redes sociais e as novas mídias, podemos reencontrar os amigos e recontar a história. A nossa história. Os acontecimentos no texto de hoje remontam a 1967, por aí...

Naquele tempo não havia blog. Televisão era televizinho... mas tínhamos as audições do violão virtuoso tocado pelo Sr. Manoel, pai do Zizinho onde Abismo de Rosas, de Dilermando Reis, não faltava...
As conversas diárias eram ao pé do ouvido. Os assuntos, discutidos nas rodas de amigos, entre um folguedo e outro. Brincar de soldado, escutar os "causos" dos adultos e brincar muito, sem camisa, sem preocupações. Apenas uma: Falava-se que o mundo iria acabar no Ano 2000. "Mil passará, 2000 não chegará..."

Não há nada de saudosismo nisso. Sou um homem do meu tempo e o tempo, se é que existe, chama-se tempo presente. Este presente diário que Deus me dá e que devo desembrulhar com a mesma curiosidade que tínha naquele tempo. Aquela criança ainda habita aqui e vê boquiaberta e feliz essas maravilhas do novo século!...
...A começar pelo teclado. Teclado era o da máquina de escrever da escola de datilografia, que havia ali em frente da casa da D. Piquitita (professora brava, de aritmética, de olhar exigente). Eram os idos de 68. Século passado. E eu já era adolescente, sonhador, queria como todo garoto mineiro da época, ir para São Paulo ou Rio de Janeiro.
Eu morei na Rua Voluntários da Pátria, 466, no Santo Antonio. A cidade era Visconde do Rio Branco, Zona da Mata mineira. E a tal escola de datilografia, onde aprendi a datilografar -e costumava tomar conta para o proprietário Galdino Leonardo de Moura, era também na mesma rua em que morei. Pronto, confirmado aqui pelo meu correspondente Jorcelino!
Mas por que todo este preâmbulo?
Pra falar do Abacatão.
Antes dessa época, retrocedendo um pouco, mais uns 9 anos, por aí, havia um grupo de crianças saudáveis que jogava pelada (eu disse pelada, não
peladas!) na mangueira. 
A mangueira era o nosso campo de futebol e ali se reuniam eu, o Jorcelino, o Ronaldo, Lucinho, Zé Augusto, Magela, Zizinho, Tom Carlos, na época simplesmente Macarrão... e tantos outros "craques", que vocês vão ficar conhecendo aqui. 
Havia também os ídolos adultos da época. Do NAC, Nacional Atlético Clube de Visconde do Rio Branco(Danilo, Vicente-Râ Pimenta, os irmãos loirinhos contratados para o meio de campo, Glover e Alencar, contratados de Tocantins e um centro-avante que fez história...putz, fugiu da memória!.. Obrigado, Jorcelino que me ajudou!. Era Flavinho, o que fazia dupla com o Criolo Doido-mas este último, nem o Jorcelino se lembrava. Informou-me depois: Lourival, que corrijo agora em nova repostagem.
E o nosso correspondente Jorcelino nos informa que em 1975 foi campeão do regional jogando com o Danilo. Eu disse, só tinha craques!. Mas disso falaremos noutra oportunidade....

Depois de tantos anos e graças à Internet, tenho conversado muito com o Jorcelino. Ele se propôs a me ajudar a relembrar as peripécias, para recriar a saga dos meninos da mangueira(Os Meninos da Mangueira de Minas) que batiam bola, empinavam pipa ou corriam atrás dos caminhões que transportavam cana para as usinas Rio Branco e Mário Bouchardet; ou, então, iam roubar jaboticabas na D. Matilde!..

E o Abacatão?
Pois é. Fui informado que a turma vem se reunindo para formar o Bloco do Abacatão para o Carnaval. Por que Abacatão? É que na chamada mangueira havia também os abacateiros. Tinha um bem no centro do gramado (centro do gramado=posição central de um campo de futebol-pois na verdade não havia nenhum gramado lá)e outro bem no fundo, perto da linha, próximo à casa do Zé Augusto, moleque esperto, das pernas compridas, bom de bola...
Tinha uma turminha que batia um bolão. O Jorcelino era um deles, o Tom Carlos..também. Eu jogava, era "fominha", mas não sei dizer se era bolão ou bolinha. Bola murcha eu sei que não era...
Aliás bola murcha era a que nós chutávamos, às vezes de capotão (meio vazia!), ou de plástico, improvisada. Quando aparecia uma bola cheia, era uma festa...
Os tempos são outros. A mangueira não existe mais. Naquele local, que a gente chamava de Santo Antonio, surgiu um bairro com comércio forte. Na época havia só uma venda do pai do Jorcelino, o Sr. Sebastião Batista Pereira-Tão Batista (que até hoje mora na R. Voluntários da Pátria 429), mantida em sociedade com o cunhado Aristides-Tidinho, casado com sua irmã, D. Nini. E uma outra venda do Sr. Didi, na esquina da Igreja Santo Antonio, perto da mangueira, onde a gente comprava bombinhas e a deliciosa cocada que a mãe do Mário Lúcio, lá do bairro de Lourdes fazia...(era D. Odila, Odessa, Olésia, o nome dela? Refresquem minha memória na próxima postagem...). Refresh, please!..

Mas, se já não existe a mangueira existimos nós para contar a história. Falar das peladas, das memoráveis festas de Santo Antonio (cujas barracas -de doces, salgados, leilões, de coelhinhos,de pescaria, eram montadas também ali na mangueira). Para falar até das primeiras namoradas, da época do ginásio, do MAE - o glorioso Movimento Artístico Estudantil e seu jornal, e tantas outras peripécias.

Pois o Abacatão está aí. Já nasceu no aumentativo. ABACATÃO! E vai servir de motivo para reunir os amigos e recontarmos a história...
Quero deixar um abraço e o espaço para toda a turma do Abacatão, principalmente o Jorcelino, o Tom Carlos, o Edgar Amim. Depois quero registrar aqui toda a turma.
E peço ao Jorcelino, com quem tenho falado mais pelo msn, que me mantenha informado e ajudando a compor o quadro dos nomes dos valorosos atletas da mangueira. Aos poucos iremos recontar a história. 
A história é sempre contada pelos vencedores ou pelos sobreviventes...Mil, passou. Dois mil chegou e passou também! E nós estamos aqui, ó! Não mais datilografando - mas DIGITANDO, auxiliado por este pequeno dispositivo aqui chamado MOUSE
Mouse? Pois é, naquela época eu só conhecía o Mickey Mouse dos quadrinhos da EBAL...
>>> 'Té +! Bom encontro é de dois. Volto amanhã, ou depois!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Na aba da lua


Estou aqui pendurado na aba da lua,
meio aluando e sondando horizontes
daqui e alhures no espaço sideral.
Considerando o movimento lá em baixo,
eu acho que é mesmo feriado nacional.

As pessoas vagam pelas estradas,
umas em carrões,  e outras em fuscas.
Com seus faróis acesos no lusco-fusco da noite,
orientam-se pelos desafetos e rusgas,
rasgando caminhos, seguindo em frente.

Tento entender a vida dessa gente estranha
-com suas armas e amuletos- que vai para a lida.
Muita fé, genuflexão, água benta e oração.
Se na mente e no coração a dúvida é tamanha,
não demonstram -até se acham donos da razão.

Pelas contas que eu faço, é o mesmo vetor,
Algo Invisível, que faz as coisas tão belas.
Pelas evidências, percebo que não é apenas o amor
que move este mundo louco e as estrelas.
Só mesmo daqui para perceber esta nua verdade...

Não sei ainda o que é, mas logo vou descobrir.
Se souber primeiro, seja meu amigo, me conte.
Tenho um monte de perguntas, mas a vida continua.
Mas até saber direitinho, digo sem piedade:
Vou continuar pendurado na aba da lua!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 15-05-2003, em Varginha, às 23:45 h)
0008-Meus Poemas - Na aba da lua

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Além da lenda


Por ser perfeito e incompleto,
um paradoxo, um teorema,
foi esquecido.
Saiu de moda.
Mas está sempre por perto.
Aparece sem aviso ou esquema
e é isso que incomoda.

Por ser misterioso e sem nexo,
chega sempre de repente,
às avessas, na contramão.
Escapa do nosso reflexo, 
desnorteia a mente
e invade o inadvertido coração.

O amor não é exato, é lenda.
É o tesouro dos insensatos,
um sentimento matreiro
dos loucos sem emenda.
Mas, no sentido lato,
por ser lenda,
é verdadeiro!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito por  em 14-05-2001, em Varginha-MG. Não registrei a hora)
0007-Meus Poemas - Além da lenda

Mensagens do Amigo do Rádio - Nos dedos das mãos

Quantos amigos você tem? 
Uma rápida história: havia um garoto pobre, apelidado de Zunga, filho de um relojoeiro e de uma costureira de Cachoeiro de Itapemirim no Espírito Santo. Tinha alguns amigos, corria, soltava pipas como toda criança normal. Certo dia, se envolveu num acidente na linha de trem vindo a perder parte da perna direita. Os amigos o socorreram. Apesar da dor ele não se intimidou por isso. E continuou fazendo amigos. Poucos. Mas amigos verdadeiros...
Mais tarde, em meio ao turbilhão que a meteórica ascensão do estrelato o colocou, esse garoto já adolescente conquistava seu espaço. E certo dia, mais maduro, declarou seu desejo: "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..." . 
Ele decidiu e colocou numa canção.  Apesar dos percalços,e das lembranças tristes, também colocadas em músicas (ver Traumas e O Divã) continuou batalhando e perseguindo seu sonho.
Pois bem, há poucos meses, o homem maduro já consagrado rei diversas vezes, realizava o sonho num Maracanã lotado no cinquentenário de carreira. E o Brasil inteiro cantou com Roberto Carlos, no dia 11 de Julho de 2009, aquela canção...
Claro que nem você, nem eu, acreditamos que RC tenha tantos amigos. Mas amealhou uma legião de fãs e admiradores do seu trabalho persistente recheado dos sonhos de milhões de brasileiros: palavras de amor sobrepostas em melodias simples que agradaram em cheio o seu público de todas as idades...

Quantos amigos com A maiúsculo deve ter o rei? Três, cinco, dez...menos de vinte, com certeza. Amigos verdadeiros são jóias preciosas. São conquistas a serem preservadas. Acreditamos que a total afinidade, a sintonia em todos os sentidos é algo muito difícil de se conseguir.
Oswaldo Montenegro em sua música A LISTA fala dessa proeza de ter, das dificuldades em manter e da dor de se perder verdadeiros amigos. Amigos, aqueles que fariam por você o que você faria por eles, incondicionalmente, prazerosamente.

Agora podemos então definir o que é a Amizade: sentimento de estima ou de solidariedade entre pessoas , de entendimento, de benevolência, que se dá de forma incondicional, sem compromisso formal e de continuidade... e prazerosa! 
A amizade tem no seu cerne a força da ação. Ela nos leva a fazer algo por alguém independente da expectativa de ter algo em troca, apenas pelo prazer de participar da vida do outro para tê-lo sempre por perto.

E vem a pergunta agora: Quantos amigos você tem?
Pois eu posso dizer de forma clara que eu tenho bem poucos. Sem hipocrisia eu posso confesar isso. E você pode conferir a sua lista. Se tem três, muito bem! Se tem mais de cinco, parabéns.
Se não tem verdadeiramente nenhum eu o convido a fazer uma reflexão sobre isso. Talvez você não tenha se aberto a possibilidade de ter amigos verdadeiros. Mas eles existem. E muitas das vezes você vai encontrá-los em ambientes diferentes daqueles de convivência diária. Talvez você os encontre poucas vezes durante toda uma vida. 
Mas se você é do tipo amigável, sem preconceitos, disponível... - a possibilidade de cruzar com essas almas-afins é bem maior.

Mais uma vez - e eu estou sempre repetindo isso! -, guie-se pela sensação de prazer e bem estar. Quando se sentir bem ao lado de alguém, busque prolongar este relacionamento. Pode ser que um amigo esteja por perto. Aí trate de conservá-lo. A nossa atuação neste planeta se dá através da somatória de parcerias, de poucos e bons relacionamentos, que podem nos levar a ter milhões de adiradores.
O contrário também é verdadeiro. Se não estiver se sentindo bem com alguém, seja gentil na justa medida e vá se afastando aos poucos. Os amigos com A minúsculo solapam a nossa capacidade e dignidade.
Eu espero que você tenha amigos contados nos dedos das mãos. Mas os tenha em qualidade! Não espere quantidade. Um milhão é coisa pra majestade, e não passa de um lindo sonho...
EU ESTOU TORCENDO POR VOCÊ!
Expedito G. Dias
Gostou desta postagem? Comente! Envie para alguem especial!
(Tentativa de colocar em texto as mensagens feitas de improviso no final do meu programa diário de rádio, o Espaço C3 - CLUBE DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA, NA 87,9 FM-Rádio Princesa do Sul-Varginha-MG)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Outro canto, outro pranto

O tiro saiu pela culatra,
embora bem planejado.
O vírus espalha a morte,
a exceção virou regra,
o norte, por hora, sumiu.

Quem trabalha, empobreceu;
a moral se desintegra
e a culpa é de quem partiu.

Morreu mais um filho da pátria...
...então que ele tenha mais sorte
lá em cima ao lado de Deus!
Cá em baixo será pranteado
por todos: fracos e fortes!
Por ele baterão os sinos-
Soluços, velas, prantos, hinos,
até o momento da partida.

Depois será esquecido...
 ...até que uma bala perdida
   ou que uma cicatriz vire corte
   e a morte leve outro infeliz!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 10-06-88, em Lambari - não registrei a hora)
0006-Meus Poemas, Outro canto, outro pranto

domingo, 24 de janeiro de 2010

Trocando em miúdos - Do absurdo de não escrever...

Olá você que me acompanha...
Bom estar com você!
Aqui começo meu blog propriamente dito. O meu desassossego, a indignação, minhas reflexões e esperanças vão estar aqui, neste espaço.
Tiro os olhos da tela e descanso as mãos. Deixo de digitar por um instante...
E, depois de pensar um pouco, entendo porque escrevo. E fico feliz diante desse insight. Vou confessar  pela primeira vez: escrevo para aplacar a percepção do absurdo... Por isso não escrevo estórias, escrevo poesia. Pois pelas propriedades da arte poética eu posso desdizer o que eu disse antes, como dizia o metamórfico-ambulante Raulzito. Escrevo, pois, para me reestruturar internamente para caber aqui fora, nessa realidade sem janela que é o mundo tal qual temos de aceitar.
Isso mesmo: que eu e você temos que aceitar. Que absurdo!..
O pouco que eu vivi neste mundo (e ainda sou jovem!-perdão...) me permitiu captar outras realidades, perceber outros mundos. Mas, definitivamente, tenho que aceitar este mundinho aqui. 
Por que TENHO que aceitar este? Você deve ter se perguntado antes e já descobriu logo! Pensou mais rápido, não? Pois é por aí: Essa realidade que aceito a contragosto e você também, é a única aceitável pela sociedade vigente e a única praticável. Pois fazemos parte de um grupo.  E se não vivermos de acordo com as crenças dele somos alienígenas. Simples, assim.
Funciona desse modo: a minha realidade e a sua são os nossos relacionamentos. Se eu convivesse com fadas e gnomos, ou com espíritos de outra ordem ou configuração energética, ou ainda com os ETS (e ainda não vi nenhum em Varginha)... então uma outra realidade seria concretizada nesses  relacionamentos. Podemos ver isso em pequena escala dentro da sociedade. A torta dentro da torta.
Alguns indivíduos mais radicais se juntam e formam partidos, agremiações, times, seitas e criam mini-realidades. Estou fora! Apenas quebram em pedaços esta imensa torta para tentarem digerir, mas as vezes se aprofundam tanto nessa nova realidade que acabam tendo indigestão.
Aí eu escrevo. Escrevo. E escrevo. E aplaco esta vontade de partir essa torta e comê-la em pedacinhos. Mas estou só observando. Como observador escrevo e consigo aplacar este absurdo de viver.
Outras pessoas escrevem para construir estruturas de dominação
Escrever e falar tem metas parecidas. 
Pessoas há que falam, constroem frases e períodos nunca redundantes. Existem nelas ritmo e melodia. Não querem convencer ninguém, pois não têm certeza de nada. Fazem poesia... 
Outras, falam, falam, repetem a mesma estória com o intuito de não se fazerem esquecidas da sua condição de mando e poder. São ladainhas, discursos, profecias. Dialética e retórica em profundo entrelace amoroso, com a finalidade de levar os mais incautos ao vício e à submissão -através de uma estrutura qualquer profana ou religiosa.
Escrevo eu, portanto,  para aplacar a impotencia diante de catástrofes como a do Haiti, por exemplo. Muito se falou. Centenas de milhares de pessoas já sofridas e postas em miséria morreram. E vem um sentimento de horror diante do absurdo em contraste com nossa pequenez. Pronto já falei do Haiti. 
Mas a mídia vai repetir e repetir. E ninguém vai entender. E de tanto repetir (confirmando o seu poder de dogma) as pessoas "se acalmam" e conseguem segurar o grito reprimido diante da loucura, até que outra catástrofe ou contrasenso os despertem para o caos novamente e a mídia cumpra o seu papel e lhes dê o "soma" - o comprimido anestesiante e pacificador (se quiser, pode ser alienante... dá na mesma). 
Mas de forma um pouco diferente,  escrevo para dar uma direção ao que não tem sentido.
Para abrir janelas onde não tem portas.
Para compreender o que não pode ser nem percebido.
Para desdizer o que outrora jamais chegou a ser dito.
Para dar concretude às nossas (minhas e suas) ilusões coletivas de liberdade, justiça e amor. Pois é de ilusão que tecemos nossa humanidade. Já dizia Miguel de Campoamor: Deixa voar bem alto a fantasia....sem ilusão a vida o que seria?!?..      
>>> ' Té +!  Bom encontro é de dois. Até amanhã ou depois! - Profex
0001-Trocando em miúdos - Do absurdo de não escrever...

Meus Poemas - Resta uma rima


...E digo ainda a contragosto
que nem tudo foi possível:
faltou um fiapo de alegria,
e umas gotas de bom senso.
Mas sobrou dor - inconfundível - tipo nervo exposto...

Faltou também sinceridade,
faltou quem sabe, poesia,
um naco apenas para se alcançar 
o sentido da busca da verdade.

Mas não faltou coragem.
Mostrei minha carta de intenções
enxuta -disse em poucas palavras.
Arrisquei minha imagem de durão
e dei-lhe fartas razões pra decidir
acreditar em mim, que não mudei...
 
Arrisquei e perdi.
Faltou sobretudo, tolerância e respeito,
faltou jeito e jogo de cintura.
Faltou um pedido de recurso, 
quem sabe, mais uma instância.

Mas encerrou-se o tempo.
Acabou a sessão.
Ganhou a verdade e o orgulho ferido
perdeu mais uma vez o coração.
 
Varro o entulho. Saio de cena cabisbaixo.
Foi-se a festa. O amor acabou.
E todos os sonhos, os meus e os seus.
Recomponho o que resta da minha autoestima.
Não me encaixo mais no esquema desta pantomima;
e digo então adeus,

para que meu poema 
não perca de vez a sua última rima!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 15-05-2001 às 15:00 h, em casa)
0012-Meus Poemas - Resta uma rima 

sábado, 23 de janeiro de 2010

Meus Poemas - A luz espectral do corredor


Insana aventura. Ave!
Maria afastou-se, saciada, 
Como sempre faz.
Saiu voando feito um pássaro.
Ave rara...
(Ao sair, despiu-se das idéias e as deixou jogadas no corredor.)
...................................................

Faz tempo Maria não vem.
Maria. Um nome que tudo abarca. 
Sua química é perfeita.
Com Maria o verso se faz. Vira música e oração. 
Faz-se o Amor.
Sem pecado. Juízo, nem pensar...

Hoje, de novo nem o luar se fez. 
Tampouco as aves que habitam a noite.
Se ela soubesse que faz saudade por aqui, 
talvez trouxesse a lua
junto consigo. E novas idéias, diáfanas, 
para colorir outra vez o chão do corredor;
A  janela continua aberta em busca da lua, 
das aves raras noturnas,
cheias de graça.

................................................ 

Mais uma noite e chego à janela. 
Tenho os olhos suplicantes e sondo a escuridão, 
esquadrinho os céus e ainda Maria não vem.
Nada de novo na rua. No céu nenhuma nave esquisita.
Tudo deserto. Fora e aqui dentro. 
A ausência dela torna tudo árido, fugidio, estranho, hostil.

Mas, não creio que Maria tenha fugido. 
Apenas saiu para dar satisfação ao seu bando.
Deve voltar breve (assim espero.).
Eu também tenho fugido, às vezes. 
Desse fugir leve, brando, original, sem pecado.
Fugido assim, para voltar antes da hora marcada...

O quarto está às escuras. O corredor nu. 
A alma vazia. A garganta seca.
Metade de mim está ausente, a outra está entorpecida.
O antídoto deve estar por aí em vôo livre, 
nos lábios de Maria.

Vou até a cozinha, abro a geladeira. 
Pego uma jarra e bebo de um gole toda 
essa saudade travestida em desespero...
Escuto, arrisco. Perscruto o silêncio. 
Nada denuncia a presença de Maria.

Desisto, por hoje.

Amanhã estarei aqui de novo. 
Ela há de voltar por necessidade ou pura 
distração, no seu jeito alegre de ser. 
Como todas as da sua espécie,
ela só quer se divertir!...
Fecho a geladeira. 
Fecho as janelas. 
Apago a luz do corredor...

Abro-me em oração, rogo por nós, desertores,
por nossa sorte, agora e sempre. 
Ave Maria!...
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 20-02-1998)
0005-Meus Poemas - A luz espectral do corredor

Meus Poemas - Ilynx


Meu ímpeto de sonhar quero de volta
Sonambular...
buscar quimeras próximo do acordar.
Quero ser sincero,
fazer acontecer o que um dia quis 
na imaginação solta sem censura.

Quero um sol brilhante na minha janela,
uma febre terçã, a emoção mais pura
e ter de volta a minha visão de raios-X.
Na pura e bela manhã da esperança,
quero recuperar o meu dom de voar...

...poder de vez ser criança!
Recomeçar!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 21-05-2001, em Varginha, 22:00 h)
0004-Meus Pemas - Ilynx

Meus Poemas - Fotografia


Aconteceu devagar,
no conta-gotas do tempo,
até que subitamente
todo mundo percebeu.
O dia só veio à tarde,
o céu perdeu sua cor.
O concreto se espalhou,
a ave perdida migrou.
 
O mel perdeu o seu gosto,
pois a abelha se zangou.
O norte saiu de lá,
O sul se desnorteou.
 
O rio correu pra cima
e a cachoeira estancou.
...e o vento não mais levou as notícias do lugar.
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 12-09-1969)
0003-Meus Poemas - Fotografia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Quereres


A glória do dia se foi bem mais tarde.
A minha mais nova poesia, há pouco tão forte, 
já envelheceu - assisti, com descaso, 
a entonação da última rima.

Anoiteceu. Já não arde o corte.
Foi-se embora o sufoco...

Perco-me na neblina.
Um fantasma despido segue, 
sem destino, no meio do nada.
Minha identidade expirou.
Meu plasma se exauriu.

Sei que havia um tempo,um dia...
mas, há séculos não ouço o tic-tac de um relógio.
Confesso que eu queria mais um destaque,
um episódio apenas: num capítulo de um livro qualquer.
Numa cena de filme classe b, 
ou ser citado numa trilha de novela do SBT.

Apenas uma chance de acreditar no destino.
Quem sabe ter sonhos (acho que já os tive um dia...).
Não sei de mais nada. A memória se esgotou.
Estou sem pilha.
Desandei.

Desatinos, pesadelos, imagens desfocadas,
nada de horizontes nesta ilha.
Sôfregos desejos, fragmentos sem sequência
de uma fita irreconhecível, sem registro, sem data...
Tudo desandou.
Pane no sistema!
Paciência... 

Mas eu queria sim.
Quem sabe algo bem mais simples.
Um momento fugaz. Uma emoção banal,
chinfrim, dessas de folhetim, de novela.

Paixão?...-nem pensar!
Nada de frenesi, de estupor,
nem mesmo aquela suave tontura
ou suave rubor e arrepio.

Volto à realidade: Tudo aqui é tão frio.
Sem perspectiva, sem idade, sem futuro.

Mesmo assim eu queria... 
Sigo pela rua: nehuma alma viva.
Todos se foram sem piedade.
Sem aviso, fiquei no escuro,
a sós...com meus desejos.

Resolvo caminhar pela cidade vazia.
O sol brilha lá em cima. Mas sou apenas um vulto.
Um espectro sem sombra em plena solidão do meio-dia.

Sinto que tudo parece combinar comigo.
Recuso-me a aceitar isso.
Definitivamente não me adapto à esta realidade.
E sinto medo. 
Medo de ser tarde para contar meu segredo.
peito aberto, verdade nua.

Mas vou contar...
Eu quero sim, com o que me resta,
na zona-morta do nada,
neste memorável momento
decretar a eternidade 
dar um beijo na lua!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(escrito em 29-07-2007-Varginha-23:15 h, em casa)
0002-Meus Poemas - Quereres

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